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GAP: O que são?

On 17:36

“Gaps” são mudanças bruscas nos níveis de preço de um ativo, entre o fechamento e a abertura de dois períodos consecutivos. Quando acontecem, criam um “branco” no gráfico. Trata-se de uma região em que não houve negócio. (De aqui em diante, usaremos “gap” ou “gaps” sem aspas.) O salto pode ocorrer de 2 modos: (a) a abertura ficando acima da máxima do período anterior; ou (b) abaixo da mínima do período anterior. Várias podem ser as causas. Por exemplo, um anúncio de dividendos que saiu após o fechamento do mercado, possivelmente acima das expectativas. Isso pode levar uma série de investidores a colocar mais ordens de compra logo na abertura, empurrando o preço para níveis acima da máxima do dia anterior. Se a onda de otimismo continuar, o gap pode se confirmar e ficar registrado no gráfico diário do ativo. Os gaps indicam que algo importante mudou nos fundamentos ou na psicologia da massa que acompanha o papel.

Vamos agora começar a descrever os vários tipos de gap. Dá só uma olhada no gráfico abaixo para compreender do que estamos falando.

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O mais comum é que o gap ocorra no gráfico diário. No semanal ou mensal o acontecimento é mais raro, já que teria que se dar exatamente entre uma sexta e uma segunda, ou entre os dias 31 e primeiro. No diário, a cada dia temos uma nova chance de formação do gap.

Tipos de Gap

Quatro são os tipos básicos de gap:

(a) Gap comum;
(b) Gap de quebra;
(c) Gap de fuga e
(d) Gap de exaustão.

Gap Comum

Também conhecido como gap de “área” ou de “trading”, pode acontecer por qualquer razão trivial. Se uma ação fica “ex-dividendo” num dia de baixo volume, por exemplo, um gap comum pode se formar. Normalmente, um gap desses “se fecha” facilmente. “Se fechar” significa que o preço logo retrocedeu aos níveis do dia anterior, eliminando o “branco” que havia se formado no gráfico. Abaixo vai um gráfico mostrando o “fechamento” de dois gaps. Note que os preços voltam e atingem pelo menos os níveis onde o gap se originou. (De aqui em diante, usaremos “fechar o gap” sem aspas.)

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Um gap comum normalmente aparece numa área de congestão ou num intervalo em que o papel está sendo negociado, refletindo uma eventual falta de interesse pelo ativo naquele momento particular. Em muitas ocasiões, a queda na liquidez reforça essa tendência. Conhecer esse tipo de gap é bom, mas raramente dá oportunidade de negócio.

Gap de Quebra

São os mais interessantes. O preço sai de seu intervalo normal ou de sua área de congestão. Uma área de congestão é um intervalo no qual o ativo tem sido negociado nos últimos dias, semanas ou meses. O limite superior costuma funcionar como resistência, e o inferior, como suporte. O rompimento desses limites requer muito entusiasmo por parte dos investidores. Os volumes têm de aumentar significativamente, inclusive porque o próprio rompimento do limite gera mais negócios. Os vendidos têm de cobrir posição e os comprados são obrigados a sair vendendo. Mas o melhor cenário é aquele em que os volumes só aumentam após o rompimento. Assim, há mais chance de continuação da tendência com força. Se for para baixo, o nível de quebra, que antes era suporte, agora vai ser resistência. Na quebra para cima, a antiga resistência vira suporte. Não caia na armadilha de achar que um gap desses, com volume, será fechado prontamente. O fechamento pode demorar muito para acontecer. Admita que uma nova tendência se estabeleceu, e adapte-se logo ao novo cenário. No próximo exemplo, vemos que os preços respeitaram o suporte de 41 dólares por 2 meses. Quando ocorreu a quebra, para baixo, foi com grande volume.

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Uma boa forma de checar a robustez de um gap é ver se ele está associado a algum padrão gráfico conhecido. Se um triângulo ascendente romper para cima teremos uma oportunidade de negócio bem melhor do que se o furo na congestão ocorrer isoladamente, desassociado de qualquer padrão. O gráfico abaixo mostra o desenvolvimento de um típico triângulo otimista (topo reto, linha de base com tendência ascendente). O rompimento ocorreu para cima, da maneira clássica.

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Gap de Fuga

Gaps de Fuga se caracterizam por demonstrar o aumento do interesse pelo ativo. Numa tendência de alta, é normal que alguns operadores esperem um pequeno recuo de preços para efetuar suas compras. Após um tempo, se esse recuo não “rola”, os mesmos operadores podem simplesmente decidir que não vale a pena esperar mais. A procura pelo papel se acelera repentinamente, e o preço já abre acima do fechamento do dia anterior. É quase um frenesi. Em outros momentos de alta, a tendência se reforça por notícias que intensificam ainda mais o interesse para o papel. No gráfico abaixo, percebe-se forte aumento do volume negociado durante a formação do gap, e continuando um pouco depois.

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Também pode ocorrer gap de fuga em períodos de baixa. Ele geralmente reflete a liquidação do papel por operadores que estavam observando o mercado na queda, sem fazer qualquer negócio. Essa situação é séria, pois trata-se de um momento de desistência daqueles investidores que perderam a oportunidade de vender num primeiro momento. A essa altura, já não há muita liquidez nas ofertas de compra. O preço tem de baixar muito para achar algum comprador. Definitivamente, uma situação de estresse.

Gaps de Fuga também são chamados de “gaps de medida”, pois podem funcionar como estimativa para a magnitude do movimento como um todo. A teoria é que um gap de fuga em geral vai ocorrer na metade, ou a meio-caminho, do esgotamento da tendência. Em outras ocasiões, o gap é produzido pelo simples rompimento de algum limite de negociação imposto pela bolsa. Em geral, isso ocorre em mercados alavancados, como os mercados futuros e de opções, e pode ser terrível se você estiver posicionado no lado oposta ao do movimento. Obviamente, para quem estiver a favor da tendência, será uma alegria.

Gap de Exaustão

Acontece perto do final da tendência. Em muitos casos, sinaliza o esgotamento da mesma. Caracteriza-se por forte volume, e grande distância entre o fechamento do dia anterior e a abertura no dia do gap. Pode facilmente ser confundido com o gap de fuga, a não ser pelo enorme volume.

Durante longos períodos de queda, o pessimismo pode realmente tomar conta do mercado. Vender tudo e liquidar a posição no mercado passa a ser uma atitude comum entre os operadores. Nesse caso, o gap costuma se fechar rapidamente, já que a tendência está para se esgotar, e logo vai ser revertida.

Da mesma forma, se a tendência é de alta, a euforia toma conta dos investidores, que parecem ter um apetite insaciável pelo papel. O gap se forma de alta, com grande volume. Há uma grande realização de lucros logo em seqüência, e a demanda pelo papel se exaure completamente. A queda de preços dispara o processo de reversão.

Gaps de exaustão são, provavelmente, os mais fáceis para se negociar e lucrar. No exemplo abaixo, note que a alta se estende ainda pelo começo do dia posterior ao do gap, fazendo novo gap na abertura do segundo dia, apenas para desabar em seguida. O volume ampliado deu a dica de que se tratava de gap de exaustão ou de fuga. Pelo tamanho do gap e pela quase duplicação do volume, fica mais clara a caracterização de exaustão.

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